terça-feira, 25 de março de 2008

17.03.2008

Eu, a mesma Menina

Menina dos olhos sonhadores
Que apontam pra lua,
Passeiam pelas estrelas,
Conversam com os anjos,
E se perdem no tempo

Menina do sorriso sapeca,
Que contagia a tristeza
Adormecem as bochechas
E escondem os olhos

Menina das palavras sutis,
Que diz sem ter dito
Falando calada
Da voz do silêncio
Por muitos não compreendido

Menina do gesto discreto,
Com carinho incessante
Mudando os caminhos
Das cruzadas perdidas
De outros ninguéns

Menina dos mil acasos
Mal casados, recém-separados
Que aplaudem antes do início
E esbarram na cortina fechada

Menina da própria infância
Que sempre transita na esperança
De pular aquele abismo
Perdido no disfarce
E temido por quem o ache

Menina de anos atrás
Da qual o espelho não esconde mais
É a mesma caminhando a frente
Sem medo de olhar pra trás

Menina em uma só mulher,
Perdida no seu tempo
Por ser a última ternura
Que os anos não roubam

Menina daqueles olhos,
Que vivem dormindo e sonham acordados
E caminham juntos, mesmo que separados
Numa distância que não existe,
Numa saudade que nunca acaba
Num par que não se divide.


(J. Acc.)

2 comentários:

Tainá Falcão disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Tainá Falcão disse...

Menina Juliana,

Júlia? Ana? Uma, duas, as vezes mil, as vezes nenhuma. Que Juliana seja, sempre, a Júlia, a Ana, Camila ou Joana, não importa! Queira Deus, apenas, que os bons sonhos de Juliana não virem pólvora ao vento, no nada. Queira Deus, que ela tenha, sempre, os dedos leves, prontos para afagar a cabeça de corações solitários, a face de um homem triste e pálido feito menino de rua.

amor,
flor.